sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Jessica Maria, as novelas e as séries.

Confesso que sou daquelas pessoas chatas e psicóticas viciadas em seriados.

Tudo bem, não sou chata e psicótica, apenas gosto muito de seriados.


Baixo pelo computador hoje 6 series, fora as que eu acompanho pela TV e as que eu vejo “quando tá passando”.

Com o tempo conto todas as séries que assisto e faço uns comentários básicos sobre ela, mas hoje não...

Já fui super noveleira, daquelas que troca conversa com a prima sobre fofocas pré adolescentes pra falar sobre o último capítulo da novela do Manoel Carlos com a avó e as tias.

Hoje em dia, não sei, mas acho que as novelas perderam um pouco da graça que elas tinham antes, ou eu cresci vai ver.

Graças a minha novelice adquiri uma cultura inútil muito vasta sobre celebridades e seus respectivos nomes.

Também não sei como eu sei o nome de certos atores ou o nome do personagem que ele fazia. Já na hora da prova do colégio, não lembrava a fórmula de física. Minha memória sempre foi seletiva pra coisas inúteis.

Não que eu reclame, muita gente inveja essa minha super capacidade TV Famística.

Agora, com a minha linda descoberta do maravilhoso mundo da tv a cabo fui me desligando das novelas, e os seriados e filmes repetidos foram se tornando mais familiares em minhas tarde de tédio depois da escola.

Sobre os filmes repetidos, proponho um teste a você agora.

Ligue sua televisão e me diga em quantos canais você vê os seguintes filmes passando: Grande Menina, Pequena Mulher, O Casamento do meu melhor amigo, O Retorno da Múmia, De Volta pro Futuro, Jumanji ou Curtindo a vida adoidado. Já na Globo, deve estar passando: Lagoa Azul, De volta a lagoa azul ou Esqueceram de mim qualquerumadasoitomilsequências.


E no SBT, qualquer Senhor dos Anéis ou Harry Potter. Duvido que não estejam no ar em pelo menos 2 canais ao mesmo tempo. Já fiz isso e juro que funciona.

Tudo bem, sem digressões.

Os seriados, sim.

O problema de acompanhar um seriado é que a coisa toma proporções bem maiores que nas novelas, porque seriados tem uma coisinha chamada temporadas.

Ou seja, se a série deslancha, você fica preso nela há anos (literalmente) até descobrir se a moçinha problemática vai terminar com o galã ( ou vai morrer que nem em the oc, mas isso não vem ao caso).

O fato é que novelas quando não dão certo, eles mudam, viram e desviram a coitada de tudo que é jeito até agradar o público e virar sucesso de audiência.

Na série, ai já é mais cruel: cancelam mesmo e problema dos atores, roteiristas e produção. Eles não tem um contrato tão certo como das novelas

A única novela que foi cancelada foi uma novela da Band com a Carolina Kasting que tinha um nome de mulher tipo Frida, Brida, algo do gênero.

Foi o escândalo da época, mas duvido que alguém vá lembrar disso.

Até porque, alguém lembra de alguma novela da Band que não seja Floribela?

Tudo bem, teve Dance dance dance que eu achava extremamente cansativa começando pelo nome.

Acho que as novelas brasileiras tem características muito próprias e querer copiar formatos americanos só provaram uma atrás da outra como isso não dá certo. Ou alguém acha que Os mutantes é uma grande obra da dramaturgia? É apenas um monte de retalhos de seriados americanos famosos!

Acho que uma coisa que nós brasileiros (como se eu escrevesse novelas ou alguma coisa, mas enfim) é melhorar os roteiros, acho que eles pioraram muito. Cadê as tramas? Cadê novelas como A Próxima Vítima? Novelas diferentes não caem no gosto do público, eu sei, mas A Favorita mostrou que o público também quer novidade e a novela acabou dando certo no final das contas ( e a Patrícia Pillar fez o tipo certo de vilão da moda: o vilão carismático pra quem todo mundo acaba torcendo no final – Laura de Celebridade, Bia Falcão e o Curinga, porque não? Lembrava muito do Curinga vendo a Flora, fui a única?)



Mas uma coisa acho que nós não sabemos fazer direito e nem parece estarmos perto de conseguir fazer: comédia.

Ainda sou totalmente a favor de um Saturday Night Live brasileiro. Só teria medo de como isso iria sair. Quem iria escrever, apresentar e quais seriam os esquetes?

Seria um Zorra Total remodelado com a Pitty e Nxzero se revezando semana a semana.


Acho melhor deixar os enlatados pros americanos mesmo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

alce? que alce?

Porque raios eu dei esse nome ao blog?
Por dois simples fatos:


Fato 1 (o óbvio): um trecho de Sem Plumas do Woddy Allen em que ele diz:
“Of all the wonders of nature, a tree in autumn is perhaps the most remarkable; with the possible exception of a moose singing 'Embraceable You' in spats.”
com o perdão da tradução, seria mais ou menos isso:
“De todas as maravilhas da natureza, uma árvore no outono é provavelmente a mais notável; com a possível exceção de um alce de polainas cantando “Embraceable You”.

Fato 2: eu achei isso o máximo. Porque? Ai eu já não sei.


Sou fã de carteirinha do Woddy Allen há um tempo. Já devo ter lido todos
seus livros e visto a grande maioria de seus filmes (só não digo todos os filmes porque são muitos e sempre descubro um que não sabia que existia).
Em compensação, não são muitos os livros; são geralmente curtos, além de serem extremamente leves e divertidos. Dá pra ler em um dia fácil fácil.


O que eu mais gosto dos filmes e dos textos dele em geral, são as suas neuroses, sua insegurança e o timing que ele tem em transformar tudo isso em algo cômico, irônico e sutil, num nonsense que faz você pensar que entendeu tudo, mas não entendeu nada. Provavelmente nem ele se você quer
minha opinião.
Mas, pra mim, é disso que se trata a consciência humana, ou alguém realmente sabe o que se passa no mundo o tempo todo? As pessoas só fingem que sabem, simples.


Mas uma coisa que eu achava meio chato nos filmes dele, é que alguns deles são muito parecidos.
Usar sempre a Mia Farrow, a Diane Keaton ou a Scarlett Johanson não ajuda, dica.
[Só uma observação aqui: eu odeio a Scarlett Johanson. Ela até que trabalha bem às vezes, mas ela é muito sem sal e sem graça! O que esse povo vê nela que eu não consigo ver? Não consigo gostar dela. Juro que eu me esforcei.]

Tudo bem, é o estilo dele, eu entendo. Mas eu acho que tava ficando meio na cara demais sabecomoé, então ele resolveu fazer filmes com um tom mais de suspense como no O Sonho de Cassandra e Match Point. Acho que todo mundo se surpreendeu com a qualidade esses filmes; bom, eu me surpreendi pelo menos, e estão entre meus filmes preferidos!


Podem me bater, mas eu não achei Vicky Cristina Barcelona a obra prima dele nem de longe. E Annie Hall gente?? Eu acho que as pessoas tem memória curta, isso sim.



Enfim, Woddy Allen pra mim é um dos artistas mais inteligentes, completos e admiráveis da nossa época. Que ele continue fazendo bons filmes, só isso que digo.

aahm?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

da série: redações da faculdade, o que eu faço com isso agora?


Análise – Versão Americana da franquia American Idol


“Quem será o próximo ídolo americano? É o que descobriremos hoje em American Idol.”

Quando tratamos do termo cultura de massa, a dúvida é irrefutável: estaríamos formando realmente uma cultura ou apenas estaríamos impondo algo a essa massa? Algo produzido para ser consumido e aceito rapidamente sem grandes questionamentos pela maioria da população e nada mais?

Em um programa que tem como objetivo máximo encontrar o seu próximo ídolo, seria essa a forma mais expressiva de imposição de massa, diriam os apocalípticos.

Um ídolo seria alguém que admiramos, e que ao longo do tempo, criamos uma empatia. Até ai, passamos a acompanhar a vida daqueles candidatos e sua jornada ao sucesso; ouvimos sua voz e, mais do que apoiamos seus sonhos, o sustentamos.

Mas, para tornarem-se (se é que podemos nos referir a esses termos), astros da música, não basta apenas simpatia, mas o que vale acima de tudo é fazer com que o público apaixone-se por sua música e principalmente pelo que têm a dizer através de suas letras.

No reality show, nenhuma música é de autoria própria, mas somente versões de músicas famosas; quando o sobrevivente ganha o tão esperado contrato com a gravadora, canta uma música inédita, mas não se anime caro amigo: a música é escolhida pelo público e não pelo “ídolo”.

Sim, você pode pensar que o público realmente escolhe seu ídolo das próximas cinco semanas, já que é ele quem vota, e como disse, até produz sua música final. Mas, a partir do momento em que precisamos de um programa produzido por uma das maiores redes de televisão dos EUA e patrocinado pela multinacional Coca-Cola para clamá-lo como ídolo nacional (e porque não, internacional), você sabe que alguma coisa está errada.

Um show de calouros mais arrojado e bem mascarado, mas ainda assim, a fórmula básica de desconhecidos cantando para um público que vê aquilo apenas como mais uma novela.

Um apresentador carismático e três jurados sendo um produtor musical, uma coreógrafa e o próprio idealizador do programa que não tem medo de falar o que pensa, constituem o elenco fixo da “novela” de calouros.

O sucesso do programa nos EUA seria o equivalente à fama do Big Brother no Brasil. Cerca de 30 milhões de espectadores param, duas vezes por semana para assistir seus candidatos favoritos cantarem sucessos dos mais diversos temas e muitas vezes com convidados especiais (em sua maioria, consagrados cantores pop).

São milhões de votos, o que não deixa de ser interessante notar como a comoção do público americano para votar em um programa de televisão é assustadoramente grande, enquanto faltam eleitores politicamente ativos em um país em que o voto não é obrigatório.

No dia seguinte, o menos votado é eliminado. “Desculpe, mas você não será o próximo Ídolo Americano. E com vocês, a última música cantada por Fulano!”. Ironia é que depois de saber que ele não realizará seu tão esperado sonho americano, terá que cantar a música que o fez sair.

O mais irônico é que, depois de 8 temporadas, mais de 200 candidatos selecionados, o participante que ganha um Oscar por melhor atriz em um musical da Broadway, é justamente aquela que não ganhou o programa.

Irônico é o mínimo que se pode dizer, sem dúvidas.





Deixemos claro que este texto foi escrito em abril do ano passado (2008) ou seja, nada de Kara, Obama ou qualquer coisa muito atual ok?
Incrível como em menos de um ano, metade do que eu escrevi poderia ser reescrito de uma maneira totalmente diferente, mas isso fica pra um próximo post então.

da série: redações da faculdade, o que eu faço com isso agora?

Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago

Quando o primeiro cego anuncia viver sob uma “treva branca”, ninguém suspeita do começo de uma epidemia que se alastraria por toda a população; uma cegueira branca, inexplicável.
Logo, a população se vê (com o perdão da ironia), frente ao desconhecido e age do jeito como só ela sabe agir frente ao perigo – isola os infectados em quarentena.
Porém, os casos continuam a surgir ao ponto de atingir a todos. O que acontece quando ninguém mais vê? Como as pessoas agem quando ninguém, nem elas mesmas, podem ver?
Saramago retrata uma impressionante regressão aos instintos primitivos, a caça à comida, ao abrigo, a ganância; o instinto de sobrevivência e o pânico cego. Muitos, atingidos a caminho do trabalho, não conseguem voltar pra casa; perdem-se de suas mães, pais, maridos e filhos. Ninguém vê, exceto a mulher do médico.
E é sob o olhar dessa mulher que acompanhamos a trajetória de um povo desesperado por respostas e sentimos junto a eles, o temor e a vulnerabilidade a que estão sujeitos.
Os personagens não têm nome e o livro não se passa em nenhuma cidade ou país específico; é como se Saramago não se importasse com esses detalhes, por assim dizer, mas com o que as pessoas realmente são - “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos” – diz uma personagem.
Mas o livro trata, acima de tudo, de valores, princípios, solidariedade e amor nos resquícios de uma sociedade que um dia existiu.
Cada leitor viverá uma experiência única, que o fará abrir os olhos, ver, no real sentido da palavra e que o fará refletir sobre a vida em uma perspectiva da qual nunca imaginou ser possível.
E a expressão “o que os olhos não vêem o coração não sente”, deixará de ter qualquer significado para quem ler “Ensaio sobre a Cegueira”.





Achei o filme maravilhoso também. Admiro o Fernando Meirelles pela sua formação e a direção dele nesse filme foi realmente muito boa! Quem sabe um dia eu chego lá, não é mesmo? :)

da série: redações da faculdade, o que eu faço com isso agora?

bem, posto no blog! uma saída um tanto quanto narcisista digamos, mas ai vai...



Elephant - Gus Van San - 2003

Um quarto. Dois meninos. Um toca Für Elise de Beethoven ao piano e, o outro, está deitado na cama. A câmera gira numa tomada de trezentos e sessenta graus pelo quarto em uma filmagem digna do diretor do filme, Gus Van Sant.

Na parede, o desenho de um Elefante, o único momento em que a imagem, ou pelo menos o símbolo que empresta o nome ao filme, aparece.

O “Elefante no quarto”, ou o Elephant in the room, típica expressão americana, dá o tom do filme: ver além do que a cena realmente significa; o problema que está na frente de todos, mas ninguém realmente vê, ou pelo menos, admite vê-lo – prefere ignorar o “Elefante no meio da sala” ao ser o primeiro a levantar o assunto ou discutir a respeito.

Esses dois jovens estão, na verdade, prestes a cometer um crime que mudou a vida de muitos de seus colegas e professores e que chocou o mundo.

Elefante trata-se claramente de um filme de ficção, mas que tenta retratar o que teria ocorrido no famoso massacre de Columbine, ocorrido em abril de 1999 em que dois jovens atiraram a queima roupa professores e colegas da High School onde estudavam no Colorado, nos Estados Unidos.

O filme mostra a rotina de diversos jovens dessa escola momentos antes dos assassinatos a partir da perspectiva de cada um deles, como se relacionam e como suas vidas se cruzam.

Elefante retrata a juventude de hoje como ela é no que está se transformando. Os bullings, ato praticado por alunos que denigrem outros estudantes, preconceitos em geral, seja por questões físicas, intelectuais ou sociais, fazem com que o estudante sofra abuso e rejeição perante seus colegas de escola. Estes são apenas alguns dos fatores, às vezes, a ponta do iceberg que falta para desencadear no jovem, conflitos psicológicos maiores do que estão preparados para lidar ou, suportar.

Elefante transcende; não se trata apenas de um bom roteiro, um diretor excelente, uma história chocante e personagens complexos, ela mostra o que é o jovem de hoje diante de suas imperfeições, defeitos, complexos, frustrações e sonhos e como a vida pode mudar e passar diante de nossos olhos, sem cortes, numa tomada de trezentos e sessenta graus.





e que venha Milk! nao vejo a hora de assitir!